domingo, 5 de junho de 2011

Das repetições

Tudo que eu disser, vai parecer e será repetitivo.

Aliás, este próprio dia, triste dia por sinal, me parece repetido. Um de javu de algo que foi visto, dito, ouvido, chorado, sofrido, sentido várias vezes.

Essa de frequência e sintonia me fez lembrar a comparação do violino e da orquestra de tambores, acho que era isso mesmo, uma orquestra de tambores retumbantes e barulhentos que atrapalhavam a ouvir o suave violino.

Também me fez lembrar das flores pelo caminho no qual te chamei pra caminhar, mas as abundantes pedras inertes e pontiagudas atrapalhavam tanto a passagem quanto o crescer das pobres flores.

Ah! Me fez lembrar tanta analogia que já usamos pra tentar entender, justificar, superar, esconder, disfarçar, reforçar, este(s) sentimento(s) que as vezes parece tão real e sólido e as vezes tão irreal e instável.

Tenho que reconhecer que já perdi as contas de quantas vezes disse que não falaria mais dessas mesmas coisas que você já está cansada de saber, e só eu, tolo apaixonado não me canso de repetir. Talvez seja isso, talvez seja minha insistência, minha luta, minha resiliência em ficar que não deixe com que você volte.

Talvez, e isso acho que digo pela primeira vez querendo, enfim, dar o braço a torcer, que eu tenha culpa em não ter te deixado ir como deveria, falei várias vezes, por diferentes motivos, com diferentes ânimos, até cantar sua liberdade eu cantei, mas efetivamente sempre estive ali perto demais de você. Não que eu esteja me despedindo ou coisa assim dizendo isto, até mesmo porque você sabe que sou fraco, bobo e repito um tolo apaixonado, com certeza meu intento em me afastar de forma mais rápida do que em passos de um jabuti velho manco e cansado seria completamente em vão.

Mas voltando a questão da sintonia e voltando a ser repetitivo como consequência, eu sei que você sabe que eu estou lá na mesma sintonia de sempre, como diria um de nossos inspiradores Wilson Sideral:

"Quando aqui for dia e aí for noite
Quando você estiver no Brasil e eu no Japão
Quando eu sentir frio e você calor
Quando você falar em inglês e eu em português
Mesmo quando tudo parece tão distante
Mesmo tudo estando de cabeça pra baixo
Mesmo quando tudo parece impossível"


Acho que você sabe o resto da música, outrossim, quantas e quantas músicas foram usadas na construção de nossa história? Só de pensar em algumas meus olhos se encheram de lágrimas, sinal de que possivelmente estou me alongando mais do que o necessário nesse escrito.

Retomando o assunto, não se esqueça que independentemente do que aconteça, de uma ventania a uma guerra nuclear pré-apocalíptica, esse cara aqui, o mesmo de sempre, imperfeito, apelão, ignorante, chorão, bobo, barrigudo, equivocado, cachaceiro, piolho de festa, inconstante, inconsistente, cheio de "amizades" ruins, esse que ama você, vai continuar amando, sintonizado na Rádio da Pequena Grande História de Amor, onde sempre tocarão nossas músicas, nossos momentos, nossas lembranças e nossos sonhos.


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