segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Do amor antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade


Não sei se na ideia de Drummond, um amor de sete anos pode ser considerado um amor antigo.  Talvez o sábio pensasse em algo com mais anos, mais tarimba. Mas é que, mesmo que talvez jovem, nosso amor já passou por muitas coisas, é, no mínimo, experiente.

Por isso,  neste dia que completamos sete anos, esse amor experiente, que já sofreu,  já sorriu, não precisa de presença, venceu a dor por muitas vezes e mesmo havendo inúmeras dificuldades resplandece, desejo que este amor dure por mais setenta vezes sete anos.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

19/11/2013 - O dia em que minha terra parou

Era um dia comum como tantos outros. Estava eu no trabalho, fazendo meu serviço normalmente. Era dia de anunciar o resultado do Vestibular pra faculdade aqui da cidade.

*Fiz o vestibular 10 dias atrás, coloquei Medicina na primeira opção, nada muito ambicioso, queria ficar bem colocado, tipo abaixo dos 300 já que deu uns 45 por vaga e pra quem não estudava a um bom tempo, não seria nada mal. Segunda opção foi Letras, se eu ficasse bem colocado, talvez rolasse uma bolsa e eu iria fazer*

Lá pelas 16 e 15, fazendo um parecer qualquer o telefone toca  - Vítor, é sua mãe  - anunciou a colega que pegou o telefone. - Vítor você passou!!! - ouvi a voz entusiasmada da minha mãe logo depois que disse "oi".

- Calma mãe, passei em que? Excedentes é só depois.
- Não! Você passou em Medicina - dizia ela quase chorando - em 27º lugar!!!

Na hora não acreditei. Claro. Disse que iria olhar no site. De fato estava lá meu nome. Sorri. Me senti orgulhoso. Feliz. Um feito. Se for pensar, não é qualquer um (não vou entrar no mérito do fator sorte, porque até pra ter sorte nessas horas gasta um pouco de competência).

Logo depois veio a depressão. E agora? Como que faço? Deixo passar o cavalo amarrado ou monto nele e galopo rumo ao desconhecido que poderá trazer um futuro financeiramente razoável, no mínimo?

São tantas questões. Não sou um jovem. Perto dos trinta anos, não tenho grana guardada mas sou independente e, apesar de não amar o que faço, começava a ver com melhores olhos minha profissão. Voltar a estudar? Curso integral? Vou viver de brisa?

E meu relacionamento? Eu quero casar! Ser feliz com Ela... isso vai atrasar ainda mais. Mas se bem que quando chegar a hora, nunca teremos problemas financeiros. Mas e as outras coisas? Mais vale ter uma vida média com Ela do que ser rico sem Ela.

Desde então, minha terra parou. Não consigo pensar ou falar em outra coisa. As pessoas dizem que se eu desistir, sou louco. Mas as pessoas só pensam em dinheiro. Grande parte delas.Apesar que vejo com bons olhos essas opiniões e a certa pressão pra eu não desistir, faz parte.

Só sei que desde terça só sinto medo. Um medo como nunca senti antes. Um medo de não arriscar e me arrepender. Um medo de arriscar e arrepender. De perder muita coisa.. Minha vida mudou desde o dia 19/11/2013 quando as 16 horas a faculdades soltou os resultados. Nunca mais será a mesma. Se eu iniciar o curso mudará totalmente. Se eu não iniciar, também nunca mais será a mesma, futuramente, qualquer instabilidade que eu passar vou lembrar da matrícula em Medicina que eu não fiz.

Sou um macaco azarado. Milhares de pessoas queriam estar na minha situação. Ter o meu "problema" pra pensar. Eu não.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Volta?

Oi!

Estou pensando em voltar a escrever. Meu tempo pra escrever esse ano anda curtíssimo, mas acho que vou tentar escrever algo de vez em quando pra aliviar a mente e dar vazão aos sentimentos.

Pra recomeçar, que tal uma música?

Certamente, se algum dia eu chegar a me casar, se for com Ela, eu tiver a oportunidade de entrar no lugar do casório será com ela:



Essa versão do Jota Quest ficou show de bola, mas quem quiser a versão original do Léo Maia é só clicar aqui.

Até a próxima e que seja breve!