domingo, 14 de agosto de 2011

Da disputa

Luz, às vezes eu vejo uma luz. Não é a luz da linda e única estrela gigante no céu que enfeitou nossa despedida ontem quando a deixei em casa. É uma luz, lá na frente, bem no fim do túnel. Meu coração tolo e esperançoso, que meu cérebro vive mandando desacreditar dessa história toda de que o amor sempre vence no final, vive procurando motivos pra acreditar e contrariar o cinzento.É uma eterna briga, e os dois não procuram uma reconciliação, cada um por si e Deus por todos.

O sabichão marrento, com todas seus hemisférios e lobos, ainda conta com seus capangas cerebelo e bulbo, descobre, expõe, explica e cita motivos para sustentar de forma verossímil sua vontade de largar tudo pra um lado e procurar outros caminhos, dessa vez, guiados por sua experiência supostamente incontestável em diagnosticar melhores resultados para todo o corpo. Ele acha que o resto, especialmente o chorão do coração, já sofreram demais esses anos todos e se dispôs a bancar o herói, mostrando pra todo mundo que quem está certo é ele.

Mais abaixo, está o combalido mas valente coração. Ele nem liga que o chamem de chorão, e diz que é assim mesmo que ele é, então é assim que vai ser. Não liga a mínima para o que o esnobe do cérebro diz, e afirma que se os seus únicos amigos, os olhos, não o contam nada, não tem porque ele se preocupar, confia plenamente neles. Prefere agir pela intuição, pela esperança, pela vontade e principalmente por esse sentimento que se chama amor. Não que as coisas que o cérebro diz não o machuquem e o deixem preocupado, afinal todo mundo sabe que o cara é estudado, cheio de leitura e da oratória, mas é que nunca se preocupou muito com esse lance de relacionamento, logo agora vem querer dar palpite?

Nessa briga, este macaco fica totalmente dividido, mas com alguma predileção pela garra do coração em detrimento do estudo do cérebro. Deve ser a cor, prefiro muito mais vermelho do que cinza.

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