sexta-feira, 22 de março de 2013

Da minha prova de amor

Ela é linda. Tem o corpo lindo. É exatamente o modelo de corpo que eu sempre achei maravilhoso. Poderia descrevê-lo minuciosamente  mas prefiro não despertar nem inveja nem cobiça. Mas Ela se acha gorda. Claro, Ela é mulher né? Mas é que ninguém consegue visualizar gordurá lá. Não tem jeito, não tem como. E não é o caso daquela menina "cheinha", não mesmo. É só gostosísse. Deliciosidade. É o tal do complexo da mulher.  A velha insatisfação com o próprio corpo. Neurose total, totalmente incompreensível.

Do lado de cá é o contrário. Eu até que me cuido. Tento comer bem, jogo as peladinhas pra divertir mas também fazer uma atividade física, agora estou indo à academia também, pra construir uns músculos porque eu já percebi que Ela gosta. Só não abro mão da minha barrigona. Tá certo que seu diminuísse os pneus laterais eu não ia achar ruim, mas acabar com minha pança não.Nunquinha.

Eu até poderia. Com um pouco de força de vontade e algum sacrifício eu conseguiria. Sei exatamente o que é preciso pra ter um belo corpo e os caminhos teóricos pra chegar lá. A prática exige disciplina, claro, um tanto de dor também, mas dá pra fazer, nem é tao ruim assim. Demoraria um tempo, mas lá pra 2014 eu já estaria apto a entrar para o Big Borther Brasil e desfilar sem camisa os três meses de programa. É que no fundo eu sei, que mesmo que Ela achasse bonito, eu só ia fazer piorar o complexo de gordinha. E essa, é minha maior prova de amor.

Não quero com meu abdômen definido, peitoral proeminente, pernas grossas e braços fortes quintuplicar a neurose com o próprio corpo. Ela se sentiria mais insegura, talvez até oprimida. Ela só pensaria em alguma imperceptível dobrinha que pode estar aparecendo, naquela estria ínfima ou na celulite que, convenhamos, nem existe. Pior, Ela poderia pensar que eu sou demais pra Ela ou Ela de menos. Pior ainda, que eu poderia pensar que mereço um corpo mais compatível com o meu de capa da Men's Health. Muito pior ainda, pensar que na hora do amor, meu desejo por um pouco mais de luz no quarto seria para iluminar meu corpo e não o dEla. Ah! Aquele corpinho lindo que todos os dias sinto vontade de morder, apertar e fazer outras coisas que deixariam E. L. James inspirada pra mais umas quinze trilogias (exceto pela parte sadô-masô que, ainda, não é nossa praia). Aí seria escuridão total. Sem chance da tradicional meia luz. Luz acessa então, nem no sonho.

E se fosse pra alguém se sentir inseguro deveria ser eu, já que o corpo dEla, é perfeito. Mas não sinto. Nossos corpos se entendem. Se encaixam. Como Ela mesma disse certa vez, "anatomicamente feitos um pro outro". É questão de biologia, ciência. E eu não sou o tipo do cara que contesta fatos científicos.  

quinta-feira, 14 de março de 2013

Um desabafo

Sério cara - ele dizia para o amigo - meus games com vocês, minhas peladinhas terça e quarta com a galera do futebol, minhas séries de TV, a academia que eu detesto mas vá lá, é uma distração, isso tudo, todas essas atividades ajudam  a passar o tempo até Ela chegar, é como se fossem ao mesmo tmepo que o desenrolar normal da vida, um combustível pra saudade imensa que eu sinto continuamente dEla... - aí ele pausou, respirou um pouco e voltou a falar - Dá até pra ficar tranquilo sabendo que, uma hora, um final de semana por mês que seja,  Ela vem, mas velho e se de repente Ela não vem mais?

segunda-feira, 4 de março de 2013

Música do Dia


Acaba não mundão!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Da frustração

Posso até estar errado mas é muito frustrante ser preterido. Você espera a semana inteira e quando chega a hora de se ver é uma "canseira" que não permite.

O frustrante é pensar que há dois dias, não teve dor de cabeça, não teve sol quente o dia todo, não teve quatro horas de trote, não teve cansaço, nem aula as sete da manhã no outro dia que impediram de ir pra festa e chegar as 02 da manhã.

Mas na sexta-feira, depois de uma semana sem o namorado, o "cansaço" atrapalha. Triste.

Do grude

"Homem bom é aquele que gruda. Que cola em você como unha-de-gato em muro. Que não te larga nem na hora do exame de sangue. Segura a sua mão até quando dorme. Preenche todo o espaço do seu celular, do seu carro, do seu café-da-manhã, da sua cabeça com um massacre de mensagens e fotos e ligações e músicas, que fariam vomitar as pessoas mais gélidas. Que, como num jogo teatral de contato improvisação, não deixa de tocar em você nem por um suspiro e se soltar for preciso continua tocando com os olhos.

Eu gosto é do agarro.

Já corri muito de cara grudento. Um auto-boicote ao amor. Se ele cumpria a promessa de ligar no dia seguinte, o bafômetro acionava alto teor de cobrança, loucura, maridices e outras fantasias que me davam medo. Um jeitinho da cabeça pra que eu continuasse solteira. Aí, andava atrás dos impossíveis. Saciava, assim, o meu desejo interno pela solidão. Mas indico o tipo, especialmente, para aquelas que querem sossegar.

O grudento não é chato. É dedicado. É aquele que vai perguntar como foi o médico, o aniversário da tia-avó ou se você melhorou daquele roxinho insignificante atrás do joelho. É o cara que te espera em casa numa segunda-feira qualquer, com a sua cerveja preferida a postos (atenção, grudes: eu gosto de Heineken). O grudento é econômico e a favor da portabilização. Muda a operadora de celular para a mesma que você, a fim de economizar dinheiro, mas não palavras. Te liga na hora do almoço só pra desejar “bom apetite”. O grudento te nomeia Instagram particular e não publica uma foto nas redes sociais sem que te mostre antes. E você se enche de orgulho. É como receber o primeiro pedaço do bolo de um aniversariante.

A mulher de um homem-grude é mais bonita do que as outras. Ela não tem olheiras, porque não passa noites em companhia da insônia se perguntando por onde ele anda. Tem a boca carnuda, inchada de tanto beijo. Não tem mais gavetas pra guardar as surpresinhas que ele apronta. Não precisa pagar terapia, o grudento sempre tem um elogio sincero e certeiro pra oferecer no meio do Jornal Nacional. O homem-grude é tratamento estético, faz desaparecer qualquer celulite, estria, espinha, rugas e cutículas em erupção, porque enxerga apenas o que interessa: a mulher ao lado dele.

Quando o amor esfria, o homem-grude não trai, descola. Como é devotado, não consegue se doar para mais de uma mulher ao mesmo tempo. Então gruda na amante do mesmo jeito. Dá pra ela o que antes era seu. Essa é a sinceridade na relação com um homem-grude. Ele sinaliza quando não te quer mais. Fica morno. E pra que serve um homem mais ou menos? Mando embora. Homem bom é aquele que gruda."

Texto de Priscila Nicolielo para o blog CSV  que me identifiquei muito.